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Câmara de Suzano aprova moção de repúdio ao humorista que fez piada sobre a Raul Brasil

O vereador Lisandro Frederico apresentou uma moção de repúdio contra as piadas sobre o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, feitas pelo humorista Dihh Lopes. A moção, aprovada por unanimidade na sessão desta quarta-feira (29) foi assinada por todos os 19 parlamentares da Casa de Leis.

Em um de seus shows, o comediante usou frases como: “As crianças do Raul Brasil não ouviram as mães, que pediram pra elas não aceitarem balas de estranhos” e “As crianças do Raul Brasil levaram a sério a brincadeira do morto ou vivo” para fazer chacota com o crime ocorrido em 13 de março de 2019, que deixou 10 mortos.

“O humorista tentou fazer piada com a dor e o trauma de uma cidade inteira e desrespeitou a todos que se entristeceram e se sensibilizaram com o triste episódio”, disse Lisandro. As frases foram ditas durante um show que se intitula “Piadas para a Família”. Lisandro também encaminhará o conteúdo de “humor negro” ao Ministério Público.

“A memória dos alunos e dos funcionários da Raul Brasil e a dor das mães e das famílias foram desrespeitadas pelo comediante. O luto jamais deveria ser motivo de chacota”, lamentou o vereador.

Lisandro tem sido criticado pelo humorista, pois foi ele quem publicou o trecho do vídeo e fez críticas ao trabalho do humorista na cidade, que gerou grande repercussão. Em sua página do Instagram, o humorista alega que “o vereador mudou o contexto do vídeo” e que “não se pode esperar outra postura de um político”.

Lisandro conta que tomou conhecimento do vídeo por meio de um amigo e garante que a chacota com as mortes dos jovens não foi “tirada de contexto”. “Basta fazer a comparação dos vídeos para comprovar a afirmação infundada do humorista. A malfadada piada sobre o Raul Brasil aparece na íntegra. Quando ele teve oportunidade de pedir desculpas, ainda tentou me desqualificar”, afirma.

O vereador destaca que para alguém que se diz “comediante, casado e pai”, “Dihh Lopes deveria ter compaixão, empatia e mais responsabilidade”. “O humor é e sempre será uma excelente ferramenta de protesto, desde que usada com respeito. O assassinato de alunos dentro de sala de aula não deve ser usado como palanque para um relativo sucesso ou um mero pretexto para ganhar curtidas nas redes sociais”, destaca Lisandro, que é ex-estudante da Escola Raul Brasil e vizinho da instituição de ensino.

Na tribuna o vereador defendeu a moção dizendo que “o humorista usou do massacre em Suzano para obter popularidade e ainda se justificou dizendo que faz o estilo ‘humor negro’ e que ‘colocou um aviso antes do vídeo’. Tais justificativas em nada minimizam ou autorizam a falta de humanidade, de compaixão e de desrespeito com as famílias e as mães que perderam os filhos”, lamentou Lisandro.

“Suzano passa por um momento muito difícil de sua história. Muitos sobreviventes e familiares das vítimas não conseguem sair de casa e precisamos, sim, sair em defesa deles”, disse.

Na avaliação do vereador, casos de desumanidade, como o protagonizado pelo humorista, não devem ocorrer nem mesmo entre duas pessoas, o que dirá na relação artista/plateia. “Não existe aviso prévio que legitime este tipo de falta de respeito”, destacou.

Para finalizar o discurso, Lisandro reiterou que tem o maior apreço pela liberdade da expressão, especialmente por meio da arte do humor, “mas, neste caso, o humorista fez chacota com a mortes de jovens e com a dor que ainda é muito recente”. “Ninguém pode usar do humor para desvirtuar uma sociedade”, finalizou.

Nas redes sociais o assunto causou bastante polêmica. Seguidores de Dihh Lopes passaram a atacar o vereador. Por outro lado, a maior parte da sociedade e da mídia nacional repudiou a atitude do humorista.

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