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Quem ama, cuida e castra

*POR LISANDRO FREDERICO

Quem ama, cuida. A frase é verdadeira e serve para muitos momentos da vida, porém, quando o assunto é bem estar animal ela precisa ser complementada: Quem ama, cuida e castra.

Quem ama verdadeiramente um animal, deve castrá-lo o quanto antes. O procedimento feito enquanto ele é filhote possibilitará uma recuperação muito mais rápida.

A castração previne diversas doenças, principalmente nas fêmeas. Com a castração feita antes do primeiro cio, elas têm apenas 0,5% de chances de desenvolver tumor de mama ao longo da vida. O tumor de mama é a doença mais comum entre as fêmeas. Além deste tipo de doença, a castração diminui drasticamente a possibilidade de o animal contrair algum tipo de problema no sistema reprodutor.

A importância da castração de cães e gatos também está relacionada à saúde pública, com o controle populacional. A castração é considerada a única forma realmente eficaz e ao mesmo tempo humanitária de controle de animais.

Muitas vezes, os filhotes e até os pais desses animais são abandonados na rua devido à falta de condições de manter eles em casa. Cuidar de um, até dois é viável, mas manter dois adultos e seis filhotes pode começar a comprometer o orçamento da casa, por isso, é fundamental uma posse responsável.

Felinos se reproduzem de três em três meses, e os caninos de seis em seis. Se preferir faça, mas não é preciso fazer contas para ter uma ideia de quantos novos cães e gatos são gerados em um ano e também entender que não existem tantas famílias a procura de animais de estimação para acolher estes novos filhotes.

Ainda há pessoas que resistem à castração, pelo suposto sofrimento no processo de esterilização e definindo-o até como “uma crueldade” ou pelas consequências como deixar o animal gordo. Desconhecem que a dor inexiste na cirurgia, que é feita sob anestesia geral, e é mínima no pós-operatório, pois é controlada facilmente com analgésicos. E não passa de boatos a suposta obesidade após a cirurgia.

Vale lembrar que assim como qualquer procedimento cirúrgico, a castração envolve riscos, e, por isso, deve sempre ser realizada por veterinários e clínicas legalizadas. É importante esclarecer que animais que não saem de casa ou que não tem parceiros, também precisam ser castrados por questões de saúde.

Assim como os machos, que, igualmente, devem ser submetidos ao procedimento. Além deles não terem um período fértil, ou seja, a qualquer momento podem reproduzir, basta achar uma fêmea, eles se previnem de câncer de próstata, bastante frequente.

Muitos alegam que castrar um animal sai caro. O valor é definido pelo peso e o quanto de anestesia será usado. É verdade que com a crise que assola o País, ter dinheiro para a castração se torna ainda mais difícil.

Por isso que parte da responsabilidade pelo crescimento da população de animais de rua é do Poder Público, que deveria fazer campanhas de conscientização sobre importância da castração e mais do que isso, oferecer este serviço de forma gratuita. A omissão e a passividade em relação à reprodução descontrolada de cães e gatos é tão danosa quanto uma ação efetiva de maus-tratos. O fato de que há uma superpopulação de animais domésticos perambulando pelas ruas da nossa região é incontestável. E poucas cidades do Alto Tietê se preocupam com este tema.

E é justamente com o objetivo de ocupar esta lacuna que se torna cada vez mais necessário o trabalho das ONGs de bem estar animal. A própria cartilha de Defesa Animal, criada pelo Ministério Público, ressalta que as ONGs em prol dos animais precisam se dedicar a exigir o efetivo cumprimento das leis editadas de proteção animal, entre elas a oferta gratuita de procedimentos de castração, além do trabalho de conscientização de posse responsável.

Há ONGs, inclusive, que realizam efetivamente a castração animal, por meio de parcerias com o Poder Público ou com a iniciativa privada. A ONG PAS, por exemplo, tem parcerias com clínicas particulares, o que possibilita descontos significativos na castração.

Lisandro Frederico é vereador de Suzano pelo PSD, o parlamentar mais novo da cidade, e um dos fundadores da ONG PAS de proteção animal.

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