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Relator vota contrário às contas de ex-prefeito Tokuzumi
Lisandro explicou que, mesmo que o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) tenha sido favorável, a Câmara Municipal é um poder autônomo.
O vereador Lisandro Frederico (PSD), relator da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Vereadores de Suzano, votou contrário à aprovação das contas de 2014, na gestão do ex-prefeito Paulo Tokuzumi, durante sessão ordinária realizada na noite desta quarta-feira (14/06).
O voto desfavorável foi seguido pelos vereadores Isaac Lino Monteiro e Antonio Rafael Morgado, o professor Toninho Morgado. Edimilson Tavares de Assis, o Edimilson Pau no Gato, se absteve. No entanto, 15 parlamentares se posicionaram favoráveis e as contas do Executivo acabaram sendo aprovadas.
Lisandro explicou que, mesmo que o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) tenha sido favorável, a Câmara Municipal é um poder autônomo. “Os vereadores têm todos os direitos de apresentar e ter um entendimento diferente do TCE. Eu, enquanto relator da Comissão de Finanças e Orçamento, e também os colegas que votaram contrários, entendemos que os pontos irregulares apontados pelo próprio Tribunal foram suficientes para a rejeição”, afirmou. “O fato é que os ministros do TCE não moram e não visitam Suzano, porém, eu e todos os suzanenses vivemos aqui, e sentimos na pele as dificuldades que a cidade passou naquele e nos últimos anos de gestão Tokuzumi”, afirmou.
O relatório do TCE listou 18 itens irregulares. “A gestão do ex-prefeito deixou o município em uma situação extremamente complicada. Gostaria que um secretário municipal que atuou na gestão Tokuzumi viesse aqui na Câmara dizer se alguma secretaria foi deixada em situação saudável?”, questionou.
“Há muitas discrepâncias e diversas falhas constatadas na execução de contratos, tanto é que alguns nem foram totalmente investigados ainda. Os apontamentos podem ser ainda maiores”, lembrou Lisandro.
Durante o ano de 2014, houve um aumento de 23,41% na Dívida Ativa, classificado como “insuficiente esforço arrecadatório” pelo TCE. “Seria aceitável se isso não tivesse sido apontado em outros pareceres do Tribunal, nos anos anteriores. Ou seja, a cidade tinha problemas orçamentários, o TCE cobrava melhoria e a Prefeitura, naquela ocasião, ignorava”, disse o vereador.
A Dívida Ativa deixada pela administração passada, de cerca de R$ 495 milhões, representa 69% do orçamento para 2017. “Se este montante estive à disposição seria possível realizar uma série de obras extremamente necessárias para a cidade, como, por exemplo, a reforma e reestruturação do canil que a gestão Tokuzumi se comprometeu com este vereador a fazer, mas jamais fora concluído. Sem contar a contrapartida do Rodoanel que deveria ter criado um novo Centro de Zoonoses na cidade. Onde está esse investimento?”, protestou Lisandro.
Mesmo notificados, o prefeito e a vice-prefeita à época não compareceram à sessão. Eles também não enviaram representantes para a defesa oral.
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