Fake News e a divergência de opinião
Todos os dias me deparo, geralmente na Internet, com discussões acaloradas acerca de notícias falsas. Esta enxurrada de informações são criadas apenas com o intuito de influenciar negativamente o público; desqualificar uma pessoa ou serviço enfim, para usar uma palavra da moda: Desconstruir.
Há pouco tempo, por exemplo, me deparei com duas discussões bastante emblemáticas. Uma era sobre “um ginecologista preso, após se recusar a atender uma travesti” e a outra mostrava a revolta de uma mãe com a empresa que criou uma “boneca de gênero feminino com pênis”. Ambas falsas ou, no mínimo, potencializadas com inverdades.
Estas notícias “fakes” vem acompanhadas normalmente de milhares de comentários odiosos e somente demonstraram o quanto nós, infelizmente (e, muitas vezes, de forma inconsciente), ainda seguimos as cartilhas do “manipular” e do “manipulado”.
Situações como estas ocorrem com muita frequência. Eu ainda fico surpreso com a dificuldade que muitos têm de entenderem e buscarem o que está além de uma notícia. Precisamos ter senso crítico e avaliarmos a “fonte”, a origem. Ponderar a repercussão forçada que está sendo criada com o único objetivo de impressionar e manipular. Checando os dados fica mais difícil incorrermos em erro e em injustiça e ajudarmos, mesmo sem querer, a patrocinar o caos.
Este mundo de “fake news”, outro termo da moda, é um dos malefícios das redes sociais. Evidentemente que os benefícios desta plataforma são muito maiores, no entanto, é nítido que ainda precisamos aprender a lidar com a “chuva de informações” que recai sobre nós diariamente, para não nos tornarmos alvo fácil daqueles com intenções questionáveis.
Outro ponto a ser observado é que boa parte destas notícias falsas envolve temas LGBT, principalmente, incitações ao ódio contra esta população. Observo que muitos, por exemplo, reprovam o deputado federal Jean Wyllys. Ninguém precisa, de fato, concordar com suas ideias. Livre arbítrio existe para isso: Fazermos escolhas. Eu mesmo conheço pouco sobre sua plataforma política. Contudo, fico surpreso ao ver que a grande maioria das justificativas de rejeição a Jean está vinculada a notícias falsas, criadas o tempo todo sobre ele e lançadas na Internet.
Entre elas, a que ele vai embora do Brasil, a suposta proposta de legalização da pedofilia e, até mesmo, vejam só, emendas ao texto da Bíblia (a que ponto chegamos!), e tantas outras bobagens.
Opinião divergente é diferente de notícia falsa. A primeira faz parte da democracia. Já a segunda é um crime social que está levando nossa sociedade a um período de penumbra.
Esse caos está dividindo grupos que, na essência, tem o mesmo objetivo, mas que se digladiam por serem de “direita e esquerda”. Onde está escrito que um deve ser rival do outro? É a tal história da carochinha de “situação e oposição”.
Menos, pessoal. Bem menos. O que nos une é muito mais forte do que aquilo que nos separa. A mentira e pelo jeito a Internet aceitam tudo. Portanto, analise uma informação, antes de emitir uma opinião, um julgamento ou compartilhar uma ideia.
Pare, pense. Seja justo. Este é o caminho para o desenvolvimento de um País, da Política e para a evolução de cada um de nós.
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