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Prefeitura realiza eutanásias irregulares em cães de Suzano


De acordo com o vereador Lisandro Frederico, animais com suspeita de leishmaniose visceral têm sido recolhidos e mortos, mesmo que haja tratamento à base de remédios para a doença

A Prefeitura de Suzano tem eutanasiado cães de forma irregular. De acordo com a denúncia feita pelo vereador Lisandro Frederico, animais com suspeita de leishmaniose visceral têm sido recolhidos e mortos, mesmo que haja tratamento à base de remédios para a doença. Três cães da região do distrito de Palmeiras já passaram pelo procedimento, sem que o direito dos animais e dos tutores fossem respeitados.

Funcionários do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) têm visitado os moradores de Palmeiras e solicitam a autorização para o recolhimento de amostras de sangue dos cães. Os servidores afirmam que o material coletado irá para uma análise laboratorial e, se confirmado o diagnóstico de leshmaniose visceral, o animal seria recolhido para eunatásia. “Esta conduta é ilegal. O próprio Tribunal de Justiça de São Paulo já decidiu em diversos casos que os tutores não são obrigados a entregar um animal diagnosticado com a doença”, informou Lisandro.

De acordo com o vereador suzanense, caso o recolhimento seja feito, o tutor deve exigir o laudo veterinário e o documento que comprovem a necessidade do sequestro do animal.

Também é direito do tutor realizar um “contra-teste” do diagnóstico. “Infelizmente, pesquisas demonstram um alto índice de ‘falso-positivo’ nas amostragens”, alertou Lisandro. Segundo ele, a identificação nas fichas de controle de amostras de sangue é “muito frágil”. O documento consta apenas com endereço e os nomes do dono e do animal. “Somente com estes dados, se torna fácil a ocorrência de erros. O correto seria uma identificação como tamanho, pelagem, cor dos olhos, raça, entre outras informações”, disse.

Informativo desatualizado

Para justificar as irregularidade nas eutanásias, a equipe do CCZ tem distribuído um informativo produzido em 2010, onde diz que a única alternativa para a leishmaniose é a eutanásia. “Grave engano por parte de quem deveria ter total conhecimento do tema”, lamentou Lisandro.

O informativo foi produzido em 2010, ou seja, seis anos antes de surgir o tratamento para a doença no Brasil. Este mesmo material diz que o tutor deve permitir o recolhimento de animais diagnosticados com a doença, novamente errado.

Em 2016, o Ministério da Agricultura liberou o uso do medicamento Milteforam. Desde então, a leishmaniose visceral passou a ter tratamento. “A eutanásia não é a única solução, como propagam os funcionários do CCZ. Além da medicação, também há coleiras e vacinas que auxiliam na prevenção e no tratamento”, informou Lisandro.

Cem amostras de sangue foram recolhidas pela Prefeitura em cães da cidade, no entanto, nenhuma delas em animais que vivem nas ruas. “Aqueles que vivem em locais públicos são os principais transmissores de doenças zoonóticas, uma vez que podem transitar livremente em áreas endêmicas, ainda sim, a Prefeitura prefere ignorá-los”, criticou.

A leishmaniose visceral é uma doença transmitida pela fêmea do mosquito palha, que pode picar um cão infectado e, posteriormente, picar um humano. Não foi localizado nenhum mosquito desta espécie nas áreas urbanas de Suzano.

De qualquer forma, como prevenção, o Centro de Zoonoses tem monitorado a região de Palmeiras, onde cinco cães já foram diagnosticados com a doença, entre eles os três que acabaram sendo eutanasiados. Eles pertenciam a uma mesma pessoa, que os usava para caça em mata fechada.

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