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Suzanenses recorrem a Ribeirão Pires para se salvarem da Covid-19

Suzanense e grávida de 6 meses, Elaine Oliveira recebe alta no Hospital de Campanha de Ribeirão Pires.


Grávida de 6 meses, a susanense Elaine Oliveira só conseguiu diagnóstico e o tratamento para Covid-19 depois de procurar hospitais de Ribeirão Pires, cidade vizinha a Suzano. A moradora do Parque Residencial Casa Branca chegou a procurar a rede de Saúde Pública de Suzano, mas não conseguiu sequer o diagnóstico da doença.

Nas redes sociais a madrinha da gestante, Dulcinéia Bernardo, explicou o caso: “Nós moradores de Suzano estamos abandonados. Por várias vezes minha afilhada esteve no Pronto Socorro de Suzano e voltou para casa passando mal. Ela está grávida de 6 meses e é diabética”.

“Orientei que ela viesse pra Ribeirão Pires na maternidade São Lucas, onde foi muito bem atendida e encaminhada ao Hospital de Campanha. Lá fizeram a confirmação de Covid-19” disse.

Segundo divulgação da própria Prefeitura de Ribeirão Pires, a gestante de 24 anos ficou 8 dias internada no hospital de campanha do município e recebeu alta na última quinta-feira (21).

No último dia 13 o relato de outra susanense mostrou a fragilidade do sistema de Saúde de Suzano. A cuidadora de idosos Martha Guimarães de Moura de 48 anos procurou o Pronto-Socorro de Suzano com sintomas de Covid-19 e foi liberada para casa mesmo com um comprometimento pulmonar atestado em exames.

Inconformada com a situação, a irmã de Martha procurou a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Ribeirão Pires, onde a paciente foi devidamente diagnosticada com Covid-19 e internada em um Hospital de Campanha da mesma cidade.

O caso da gestante e da cuidadora de idosos engrossam as estatísticas de susanenses que recorrem a outros municípios, depois de não conseguirem atendimento em sua própria cidade.

Mogi das Cruzes é outra cidade que tem recebido muitos suzanenses que buscam se salvar da Covid-19. Em uma audiência pública na Câmara Municipal, o secretário de Saúde de Mogi das Cruzes, Henrique Naufel, disse que quase metade dos pacientes que recorrem ao sistema de Saúde de Mogi são de outros municípios, sendo Suzano o líder de encaminhamentos.

Os relatos de Martha e Elaine confrontam o depoimento de uma suposta paciente que publicou elogios ao Hospital de Campanha de Suzano. O testemunho dela foi compartilhado em páginas financiadas pela Prefeitura de Suzano. Dias depois da publicação viralizar nas redes sociais, foi descoberto que a paciente Léia Alves, na verdade, é funcionária do Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), empresa contratada sem licitação para administrar o Hospital de Campanha em Suzano. O valor do contrato firmado com a empresa foi de R$ 5,2 milhões.

“A dedicação daquela equipe é algo sensacional, com toda imensidão daquele lugar não fiquei aterrorizada por nenhum momento, senti paz e muito cuidado” diz a funcionária sobre os colegas de trabalho.

Quem também compartilhou o relato da funcionária foi o secretário de Saúde de Suzano, Luís Cláudio Guillaumon. Ele é responsável por firmar a contratação de mais de r$ 10 milhões com empresas sem licitação para combate ao Covid-19, mas até o momento não explicou a falta de atendimento e estrutura na cidade.

Guillaumon também é autor da fake-news produzida contra o vereador Lisandro Frederico (Avante) durante audiência na Câmara Municipal. O secretário fez uma montagem de um vídeo e enviou aos servidores da Saúde dizendo que o vereador teria os chamado de “vitimistas”. Na verdade, o termo “vitimista” foi usado pelo vereador para classificar o próprio secretário que não sabia prestar contas dos recursos da Saúde na cidade.

Há anos o vereador Lisandro Frederico (Avante) tem denunciado o descaso com a Saúde de Suzano. Ele é autor de um projeto de lei importante para a transparência dos recursos da Saúde, mas o projeto foi vetado pelo atual prefeito Rodrigo Ashiuchi (PL).

“É claro que a prioridade da Prefeitura não é cuidar do Suzanense. Já foram gastos mais de R$ 10,8 milhões em contratos sem licitação para combate ao Covid-19, mas até agora a cidade não tem sequer um leito de UTI para atender esses pacientes” crítica Lisandro.

“O momento é de crise, então é importante que a população saiba o que está acontecendo. Nossos gestores estão calados diante das atrocidades que estamos vendo. A população precisa se posicionar e combater esse descaso” defendeu.

Confira os relatos citados nesta matéria:

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