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Prefeitura de Suzano compra máscara por R$ 53 a unidade. Valor maior do que o que foi pago por cidad


A Prefeitura de Suzano pagou R$ 53,00 na unidade da máscara modelo N-95. O valor é maior do que a compra feita por outros municípios de São Paulo que estão sendo investigados pelo Ministério Público (MP) por superfaturamento na compra de material usado no combate ao coronavírus.

O pedido de compra foi emitido em 23 de maço. Foram adquiridas cinco mil máscaras, totalizando R$ 265 mil. O recurso saiu do Fundo Municipal de Saúde. Trata-se de uma compra em caráter emergencial, ou seja, com dispensa de licitação. A empresa fornecedora é a Medicall Farma Distribuidora de Produtos e Serviços para Saúde, com sede em Mauá.

No mesmo pedido de compra sem licitação, a Prefeitura adquiriu 50 mil máscaras cirúrgica descartável, por R$ 4,79 a unidade. Um total de R$ 239,5 mil. Valor unitário maior que o encontrado em sites e lojas especializadas, e de cidades que estão na mira do MP.

Ao todo, apenas nesta compra sem o devido processo licitatório, a Prefeitura gastou mais de meio milhão de reais. Desde o início da pandemia, Suzano está em estado de calamidade pública, o que possibilita compras sem licitação.

Desde começo da pandemia, Suzano já gastou mais de R$ 11 milhões no que deveria ser o atendimento aos suzanenses com Covid-19, porém, não há nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na cidade e a população não consegue ser atendida nas unidades de saúde do município, tendo que buscar acolhimento em outras cidades.

Superfaturamento

Enquanto Suzano gasta R$ 53,00 para comprar uma máscara, o município de Jandira, cidade próxima de Osasco, está sendo investigada pelo MP por ter pago R$ 49. Quatro reais a menos do que o praticado por aqui.

Por lá, os promotores suspeitam de superfaturamento na compra de quatro mil máscaras N-95, por R$ 196 mil. Cada uma saiu por R$ 49,00 para os cofres da Prefeitura de Jandira, enquanto, segundo o MP, a administração municipal de Itapevi comprou máscaras do mesmo tipo por R$ 19,50 e a de Barueri, por R$ 20. Uma diferença de R$ 167,5 mil a mais, quando comparado os valores pagos em Itapevi e em Suzano.

Pela internet, é possível encontrar máscaras N-95, no varejo, na casa dos R$ 25 a unidade.

Já na capital paulista, a Prefeitura é alvo de investigação do MP por ter comprado máscaras descartáveis por R$ 3,80, cada unidade. Em Suzano, o mesmo modelo foi comprado por R$ 4,79. Quase um real a mais.

O valor pago pela Prefeitura de São Paulo é considerado pelo MP como sendo o dobro do preço praticado pelo mercado. Além do alto valor, a compra na capital paulista, assim como ocorre em Suzano, teria ocorrido sob sigilo, “o que demonstra a violação aos princípios da publicidade e da transparência”, de acordo com a promotora que pediu a suspensão e cópias do contrato, do despacho que determinou o sigilo, e da pesquisa de preços dos equipamentos.

O sigilo (leia-se falta de transparência) é uma rotina nas compras feitas pela Prefeitura de Suzano. A população somente foi informada sobre o aluguel de leitos de UTI em Franco da Rocha, cidade a 85km de Suzano, após denúncia feita pelo vereador Lisandro Frederico.

Confira a ordem de compra das máscaras:

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